VERDADEIROS BALDES DE ÁGUA FRIA
Como faltam recursos para o BET se sobram para o pagamento de aposentadorias milionárias?
Aposentados e pensionistas do BB talvez não tenham sofrido nenhuma ressaca com festejos de fim de ano. Somos já experientes o suficiente para atravessar tais eventos comendo e bebendo com moderação. Contudo, no raiar do dia 3 de janeiro, amanhecemos todos com gosto de cabo de guarda-chuva na boca e uma rebordosa terrível, digna das piores carraspanas.
Com absoluta falta de sensibilidade, com elevada dose de ironia, como se tratasse de algo corriqueiro, a PREVI anuncia que todos os aposentados e pensionistas entram 2014 com MENOS 24,5% por cento em seus benefícios mensais. E tenta justificar…. “A Diretoria da PREVI gostaria, mais uma vez, de se solidarizar com todos os participantes nesse momento. Reconhecemos nosso dever fiduciário ao tomar essa decisão, com o intuito de cumprir as normas vigentes”.
A FAABB está reunindo as Associações, ouvindo parceiros e nossos entendidos em Previdência Complementar para agir nas instâncias jurídicas, administrativas e políticas. Se o BET todos já sabiam que seria dependente das variações do mercado, ninguém poderia supor que ao nos submeter a todos a uma perda de 24,5%, paralelamente a PREVI reluta em implantar o teto para aposentadorias dos altos executivos do BB (e de Cassi e da própria Previ). Há, dentro da própria Previ, até os que defendem um teto de 45 mil reais…. Não é um escárnio?
Aos colegas hoje nessa situação desesperadora, a FAABB só pode assegurar que não tem medido esforços para contornar o caos reinante. Estamos interagindo com as demais associações, procurando os eleitos na PREVI, pois essa é uma discussão principalmente política. Muitos agora aparecerão incentivando desfiliação em massa. Temo que nada agradaria mais aos nossos algozes do que o esfacelamento das últimas trincheiras que ainda nos defendem: as associações de aposentados. Não vamos esmorecer e conclamamos a todos que fiquem atentos, continuem apoiando as associações de aposentados, pois não pensem que alguma delas está inerte e insensível a essa que é, certamente, a maior crise que atravessamos desde a criação da PREVI em 1967.
Essa história ainda não terminou e enquanto não terminar, resistiremos.
Isa Musa de Noronha